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segunda-feira, junho 04, 2007

Felicidade X Prazer

Muitos a têm procurado. Muitos já perderam a esperança de encontrá-la. Sendo assim temos dúvidas de sua existência e de sua definição. O que é Felicidade? Bem, ao que me parece Felicidade está relacionada a nosso bem estar, a nossos desejos realizados. Podemos dizer então que Felicidade é a satisfação de ter nossos desejos realizados. Não seria egoísta demais pensarmos que Felicidade tem haver com nós próprios?

Eu diria que sim. Felicidade está diretamente relacionada à realização de prazer, de desejos. Mas o que seria então esse prazer? Alguns filósofos tentaram definir o prazer. Uma definição incrível que eu li recentemente e a de um filósofo estóico* Kierkegaard, ele define o prazer por dois aspectos: ético e estético – diz também que podemos traduzi-los por objetividade e subjetividade. Por ética ele entendia a vida governada pela liberdade, o que seria conseguido através da fé, da transcendência, do encontro com o absoluto. Estética para ele era tudo que "vinha de fora", do exterior impedindo a liberdade, fazendo com que o homem fosse controlado pelas coisas que lhe causavam bem-estar, desejos e prazeres momentâneos. O prazer, neste contexto, é sinônimo de hábito, de vício, de repetição, de fixação, de perda da liberdade, de alívio desde que seja somente para aplacar necessidades e desejos. Prazeres positivos seriam os subjetivos, os da inteligência, os do espírito, do amor.
. Esta idéia está presente também na visão de Sto. Agostinho, quando em uma tentativa de trazer para a Idade Média os ideais platônicos, diz que só existe prazer na virtude, separando assim os prazeres pecaminosos (da carne) dos virtuosos (do espírito). Sendo assim, podemos dizer que encontramos Deus depois de enveredar pelo caminho da virtude.
Finalmente a Psicologia veio salvar esse homem culpado por sentir prazer, define então de forma simples; que prazer é prazer. Simples, não? Eu acrescento – prazer é prazer desde que não tire o prazer dos outros.
Definindo prazer, encontramos uma resposta para a felicidade? Certamente fica mais fácil para compreendê-la, porém, não me arrisco mais em defini-la. Quero apenas sentir.

Camila Barreto

* o estoicismo segundo o dicionário Sacconi (pág. 311 edição 2001) é uma Escola Filosófica fundada no século III a.c. por Zenon (340 – 264) vivido na Grécia. Essa Escola estabelece a impossibilidade de relação entre prazeres e aflições mundanas; austeridade de caráter, rigidez de princípios.

5 comentários:

Larissa disse...

Amiga,

Muito bacana seu texto! Estava inspirada hein??? Gostei!!!

Bem felicidade para mim, se resume ao estar de bem comigo mesma tendo sempre meu Senhor Jesus Cristo e a todos que amam ao meu lado.

Tenha uma ótima semana e seja FELIZ!

Beijocas,

QQER COISA ESTOU AQUI TÁ?

Te amo amiga!!!

Lary

Danilo Dornas disse...

Ola. Muito obrigado por comentar no meu blog. Aliás, coloquei um texto novo lá. É o Paidéia Digital. Bom, gostei do seu texto, apesar de que para mim a felicidade é algo um pouco superior que o prazer. O prazer é momentâneo e até necessário. Porém, nem sempre alcançar a Felicidade é algo prazeroso. A Felicidade é bem árdua e penosa, pois o trajeto é enorme. É um objetivo alcançado em nossa vida. Claro, o prazer é a festa, o comemorar este objetivo. Mas, a Felicidade é um projeto de vida e não momentâneo. No entanto, acredito que talvez você entenda a felicidade pela visão dos epicuros, e não dos estóicos. Os epicuros sim, tem uma definição de prazer bem parecido com o que você disse. Já os estóicos nos dá a culpa da vida prazerosa. Não é ao acaso que Sto Agostinho se arrepende de sua vida mundana ao final da vida. Bom, continue escrevendo. Eu estava mesmo procurando esse video do Pedro Bial, mas tinha me esquecido o nome. Parabéns pelo blog. Felicidades!

I disse...

hey! eu indiquei seu blog com um award! passa lah e confere www.jornalistasliterarios.blogspot.com

Se vc gostar, continue com a proposta ^^

p.s.: parabens pelo blog! ele continua muito bom!

MISANTROPO disse...

Vc realmente existe... Maravilhoso seu texto. Dirita: tão belo qto vc!
Temos muito em comum-a bíblia, filosofia, Kierkegaard...
Parabéns!

Unknown disse...

Muito interessante seu texto, pois de fato dos Estóicos conseguiram o que muitos não tinham ainda experimentado, que era justamente, transferir a ideia de FELICIDADE para a campo da subjetividade, ou seja, foi justamente com a morte de Alexandre Magno, aluno do magnífico Aristóteles, que a ideia de Eudaimonia,ou seja, essa FELICIDADE coletiva, compartilhada em conjunto com a comunidade, com a Pólis, no sentido de prosperarão, começa a se desfigurar no imaginário Grego da época, ou seja, agora podemos atribuir a felicidade ao prazer, e não só ao prazer, mais também esse ideia moderna de felicidade como queria Epicuro e de tabela o próprio Zenão, passa a ser afeita a situações individuais, íntimas e pessoais, ou seja, é o prazer, pra não dizer FELICIDADE, segmentada e difundida em quatro paredes. Enquanto para o Grego, e principalmente o filosofo, a FELICIDADE se dava na comunidade, pois o Grego não acreditava que se podia ser feliz sozinho. Aquele velho ditado "UMA ANDORINHA SÓ NÃO FAZ VERÃO", é de Aristóteles, e ele usou justamente para demonstrar que não se pode ser feliz sozinho, pelo menos na Grécia da época.